Esse programa pra mim abre duas vertentes de discussão interessantes:
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O quanto a esquerda política tradicional ainda está parada numa visão industrialista desenvolvimentista de “progresso”, a ponto de despejar um valor altíssimo em um programa que na prática só deu no máximo desconto de 12% nos carros privados (que mesmo assim ainda estão completamente fora de alcance pra maioria das pessoas), enquanto
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Gerações mais novas preferem discutir uma visão futura de trânsito e cidades com mobilidade diferente, não só pelas mudanças climáticas no horizonte mas porque cidades com excesso de carro são horríveis de navegar e viver. E esse 1,5 bilhão de subsídios poderia muito bem ter sido utilizado em diretamente aliviar alguns problemas de transportes públicos em cidades maiores.
Não sei quanto a cidade de vocês, mas onde moro (interior de MG) a cidade é um caos. Tem carro demais, moto demais, trânsito ruim o tempo inteiro, perigoso para todo mundo de pedestre a motorista e que piorou ainda mais após a pandemia (que é outra lata de minhocas).
Qual a visão de vocês sobre esses pontos?
Pois é, isso sem contar as possíveis demolições e obras caso não seja subterrâneo, já que algumas cidades teriam muita dificuldade de implementar um metrô mesmo. O problema pra mim é que o discurso dos encarregados nem sequer faz lip-service pra um futuro com menos carro. Se o Lula fizer um tweet só sobre como “trem é bão de mais da conta”, já ajudaria a normalizar a ideia. Não precisa nem ser em São Paulo e Rio porque lá é lugar de gente estranha. Se começar pequeno no Nordeste, lugar de gente normal, pra unir os centros urbanos já é alguma coisa. Mas aí eles botam um cara que nem sabe o que é ônibus lá de Alagoas pra “liderar” o ministério do transporte, aí é só balde de agua fria pra todo plano interessante.