• jonny@lemmy.eco.brOP
    link
    fedilink
    arrow-up
    5
    ·
    1 year ago

    Bom demais ver alguém finalmente citando o Comunismo Ácido do Mark Fisher, acho esse conceito dele muito mais importante do que o Realismo Capitalista. Pena que ele morreu antes de conseguir escrever o livro…

    • umbrella
      link
      fedilink
      arrow-up
      2
      ·
      1 year ago

      ja li realismo capitalista, como funciona esse comunismo acido?

  • albigu@lemmygrad.ml
    link
    fedilink
    arrow-up
    5
    ·
    1 year ago

    Implicância desnecessária: esse texto precisava de uma passada final porque deixaram muitos pequenos errinhos na versão final. Por exemplo a parte que ele fala só “politicamente” mas provavelmente faltou o “correto”.


    Sinceramente não entendi o artigo muito bem, mas se ele tá só propondo um commiewave, a minha resposta é um entusiástico “pode ser”. Já que esse debate da estética tá rendendo vou tentar expressar aqui uma frustração que eu sinto muito vendo essa discussão. Peço perdão caso eu tenha entendido completamente errado o que era pra ser o texto.

    Confesso que por motivos neurológicos eu não entendo bem esse debate da estética, mas acho que tem muita gente (provavelmente metropolitana e sudestina) com umas ideias muito estranha, que me parece buscar A Estética Comunista.

    O Brasil é imenso e com uma diversidade cultural que faz o antigo Império Russo parecer pequeno em comparação. Temos a distinção entre os originários e os descendentes de colonos, entre rural e urbano, branco e negro, classe média ou normal, sudestino ou com caráter, e muito mais pra dentro e pra fora dessas categorias. Buscar uma única estética pra encompassar isso tudo é um exercício em futilidade.

    A realidade é que, como tudo no marxismo, a solução é bem mais difícil, já que tem que adquar as ideias à realidade material, não o contrário como liberais e fascistas fazem.

    A bagagem cultural de um alagoano vai ser diferente da de um gaúcho, que vai ser diferente da de um mineiro ou paulistano, então as estéticas que vão ter mais apelo pra esses povos serão diferentes. No sudeste descobri que tem gente que idolatra Tiradentes mas nem sabe dos Malês, no máximo conhece Zumbi mas acha que Dandara é jogo. Os mesmos símbolos não vão ter o mesmo efeito pra esses dois povos.

    A minha ideia é a oposta dessa. Não buscar uma única estética que será a principal do movimento (e necessariamente será sudestina e metropolitana) mas várias que se adaptem à realidade e cultura dos povos brasileiros.

    O PCB de Pernambuco já tentou se apropriar do Mangue Beat, o que impede as outras células regionais aplicarem a mesma coisa? Eu tenho certeza que um commiewave pode ser adequado em alguns casos, mas provavelmente não em municípios do interior da Bahia que não tem balada nem psicodélicos.

    Uma comparação que eu acho relevante é comparar a estética do PT, principalmente quando estão do lado de dentro do governo, com a da direita liberal e fascista.

    O PT sempre faz questão de mostrar a diversidade cultural (mesmo que de forma caricata) do Brasil em suas propagandas, branding e até comunicados oficiais. Nesse novo canal deles o Lula já abriu na primeira entrevista dizendo que queria mostrar partes do Brasil todo. E não é a toa, o Lula é nordestino de nascença, uma boa base deles não é do Sudeste e a Dilma ainda é de MG e não RJ ou SP.

    Agora compara com a do Bolsonaro com o seu Brasil Abstrato, 3 cores e um monte de vaguidades sobre “valores brasileiros”, “família”, “cristianismo”. Parecia mais o Brasil das novelas da Globo, do que o Brasil caótico e contraditório de verdade. Não acho uma boa ideia tentar aplicar essa mesma metodologia, só trocando as 3 cores por aberração cromática (ou semelhantes) e substituindo os idealismos reacionários por outros idealismos progressistas.

    Enfim, rant desordenada porque desde que surgiu esse debate eu tô só “autistic screeching” na minha cabeça e tinha que botar pra fora.

  • nephs@lemmygrad.ml
    link
    fedilink
    arrow-up
    2
    ·
    1 year ago

    Entendi uma crítica à falta de revolucionaridade do movimento, mas me pareceu bastante em abstrato.

    Na sequência uma crítica em abstrato a uma falta de pauta, ao mesmo tempo em que o autor se vangloria de conseguir puxar palavras de ordem, e espaço para uma fala, enquanto minoria em uma manifestação. Questiono o valor disso.

    Na sequência, uma crítica a um suporto saudosismo do realismo soviético, com uma proposta de resolver a questão estética do comunismo brasileiro com a estética do Comunismo Ácido, conforme proposto por Mark Fisher, autor britânico.

    Me parece problemático.

    Por mais que tenha existido um movimento cultural psicodélico no Brasil, creio isso não justifique a estética psicodélica como solução para a questão sobre estética comunista no Brasil. É muito não familiar fora desse recorte populacional que tem acesso à cultura ácida.

    Supondo que fosse definido em assembleia conjunta (impossível), que a partir de hoje todos os comunistas brasileiros aplicassem essa estética ao seu trabalho, qual seria o ganho político disso? Atingiríamos corações e mentes com mais eficiência? Duvido.

    Acho que a diversidade cultural do Brasil justifica uma estética diversa, borbulhando da nossa classe trabalhadora, dos nossos povos indígenas, das nossa minorias oprimidas. Não existe uma solução única. É uma construção coletiva, e a intersecção do que cada nicho traga para essa construção.

    Acho importante que organizações de vanguarda sejam capazes de identificar, promover, financiar e, possivelmente, consolidar essas linhas estéticas.